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Publicado por borboletaazul on 28 de setembro de 2022
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  • Literatura
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3 poemas de Gabriel Cortilho

LAS VENTANAS

não temer o desejo de abrir
as janelas; ver que por detrás
de temor espreitam pássaros;
acordar do sonho interminável,
pois ainda há a vida; percorrer
o dia sem a sombra do passado
ou a ânsia do futuro: abraçar
o tempo como se fosse eterno
& efêmero: amálgama & soma
de nossas lentas imperfeições

ENCONTRO

um lugar pra deitarmos
na sombra das araucárias

& sermos lidos
qual hieróglifos
por uma senhora 
embriagada

que gosta dos cigarros
pois tornam a vida breve 

um lugar
composto
apenas pelo
presente

sem qualquer agonia 
abstração, teleologia

um lugar
com nome 
chamado
encontro 

o tempo dos corpos
profanarem a espera

O FIM DO IMPÉRIO

I.

Quando Pilatos lavou a cínica
culpa de crocodilo o fúnebre 
circo já estava assombrado, 
& cruzes no inferno terrestre. 
Se há um Juízo Final? Camus 
escreveu com mãos libertárias:
pior é o julgamento dos homens,
não lá, no distante Além-mundo. 

II.

Desnecessárias nossas cruzes
carregadas no suor da multidão 
as chagas, os pregos nas mãos. 

Não alimente com tanta ternura, 
o soldado, com sangue na espada 

III.

Se há algum amor no coração dele,
irá lhe dilacerar. Abrace com ternura 
a Galileia. Se compadeça com outros 
rincões. Há poesia entre os romanos 
sem espadas nas mãos, corpos 
que migram pra alegre cigania

IV.

Outros suprimem o vórtice no deserto, 
silenciam o caos mundano na montanha. 
Quanto à mastodonte pedra, dos Sísifos 
modernos, deixe-a rolar, criar limo espesso
& despencar em desapego sem remorso  

V.

Que no teu peito floresça açucena,
não a ferrugem do passado, apenas
temperança. E se despeça da amargura  
a ferocidade romana, ela terá o seu fim.

Gabriel Cortilho é professor e escritor, formado em História e mestre em Educação. Autor de doze livretos autorais de poesia, dentre eles A Transa dos Besouros Verdes (2016), Golondrina Subterrânea (2018) e Memórias no Cárcere do Ser (2022). Possui como referência as poesias de Wislawa Szymborska e Fernando Pessoa. E tudo o que contorce ou acalma o espírito.

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