A história de pai eu nunca soube ao certo, sei alguns pedaços e imagino o possível homem que ele foi, parece que veio do interior com a família, logo que chegou a São Paulo se desentendeu com familiares e ficou sozinho, se jogou no trabalho e conseguiu ser motorista particular por um tempo, conheceu minha mãe na firma, o relacionamento deles foi curto, nunca chegaram a se casar no papel, ele cativava as pessoas, sempre foi bem quisto por todos, seus amigos ainda perguntam dele e dizem que fisicamente sou parecido com ele – na infância eu ficava de frente pro espelho buscando traços semelhantes. Meu pai tinha jeito de sambista, pique de jogador de futebol e era piloto. Traços italianos, portugueses, não sei, era moreno também. A imagem que tenho dele é bem diferente das fotos. Ele não gostava de sair em fotos, nunca firmou moradia, dizem que morou na Argentina, na Colômbia, no sul do Brasil e que voltou pro interior, devo ter mais alguns irmãos, nunca soube, a vontade de ter um pai foi grande na época da escola, depois foi diminuindo. Deve ter sido por conta dos cartões de dia dos pais e do natal, ou pra me levar na escola nos dias de chuva.
Mãe diz que uma vez ele me levou no estádio de futebol, era de colo, não me lembro. Lembro de ter ido ao zoológico, com uma outra mulher, essa é uma lembrança estranha, que quase nunca lembro. É preciso forçar a memória.
Meu vô sempre foi crítico ao meu Pai, não se orgulhava do genro e dizia que pai é quem cria, portanto, ele era meu pai, comprei essa ideia por um tempo, até as surras e as covardias daquele canalha, educar pra ele era porrada, criar pra ele era porrada, nunca perdoei o que ele fez com minha avó, imagino o que foi a infância de minha mãe, me afastei dele sempre que pude.
Marcelo da Silva Antunes nasceu em São Paulo, no dia 13 de junho de 1992, dia de Santo Antônio e de Exu. É Autor de VIVAVACA -2017, SP: Sem Patuá (editora Patuá) - 2018, Outros Cortes (Selo Borboleta Azul) -2019, Manifesto da hora que o couro come (Selo Borboleta Azul) -2020, e do livreto Velho, Velho Testamento - 2019. Editor do selo literário Borboleta Azul e da Revista Agagê80 (Brasil/Portugal) agitador cultural e oficineiro de escrita criativa.
Esse folhetim é um oferecimento Borboleta Azul, reavivando um formato muito popular no Brasil e no mundo. Ele tem como objetivo semear a leitura e despertar leitores, grandes nomes da literatura já escreveram folhetins como; Machado de Assis, Lima Barreto, José de Alencar entre outros, o texto era publicado em jornais.
Quem gostou da novela, pedimos que divulguem, espalhem por aí e se tiverem interesse em apoiar o trabalho do artista, fazer uma transferência bancaria, (como uma forma de comprar o folhetim) com qualquer valor (todo valor será repassado integralmente ao artista). As pessoas que colaborarem terão seu nome nos agradecimentos de cada capítulo (opcional. Se quiser seu nome, mandar e-mail pro [email protected] com seu nome), até o final da novela como uma singela homenagem.
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