Cadeira
Vou desistir dessa agitação,
quando tiver noventa e poucos,
se chegar nesta idade
(dizem morrer cedo os loucos)
Quero uma cadeira de almofada
de uma loja bem roqueira,
destarte a madeira boleada
por bons artesãos montada
Não quero madeira à mostra,
pintem-na de carmesim,
seja à óleo ou esmalte,
o que me importa é o fim
Põe suspensão dos braços,
já que o tempo me acometerá,
acaso isso aconteça,
o amaciante lá estará
Meu medo é ser um velho
– da toalha
daqueles que usam no bolso.
Enfim, por ora sou moço e
não quero cadeira nenhuma
eu-escrever
eu,
escrever é se encontrar,
se entender,
estar em si próprio,
é fazer escapismo
usando simples
letras
escrever é respeitar
os sentimentos mais
profundos e,
mesmo que redundantes,
deixá-los constantes
na raiz do espírito
Por quê?
é viciante e
também é perigoso,
se torna uma
busca incessante
atrás de algo
que estende-se para além da
razão carnal
Três Marias
Maria mãe de jesus,
Maria de Magdala,
Maria, irmã de Lázaro,
três fulgores que cintilam no céu,
próximas como
três mulheres na
busca de
seu messias
região farta do
braço de Orión,
gigante caçador,
braço da Via-lactea
morto por engano
sob a flecha de Artémis,
Que lhe amava
Hyan Vargas, tenho 17 anos e nasci no interior do Rio Grande Do Sul. Sou filho de professora e desde cedo me interessei pela maneira escrita de se expressar. Com o tempo, descobri a poesia e me encontrei no estilo; tendo escrito inúmeros versos de lá pra cá. Sou budista, comunista e defensor de pautas ecológicas.
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