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3 poemas de Hyan Vargas  

3 poemas de Hyan Vargas



Cadeira

Vou desistir dessa agitação,

quando tiver noventa e poucos,

              se chegar nesta idade

       (dizem morrer cedo os loucos)

Quero uma cadeira de almofada

de uma loja bem roqueira,

destarte a madeira boleada

  por bons artesãos montada

Não quero madeira à mostra,

pintem-na de carmesim, 

seja à óleo ou esmalte,

o que me importa é o fim

Põe suspensão dos braços,

  já que o tempo me acometerá,

acaso isso aconteça, 

o amaciante lá estará

Meu medo é ser um velho

                            – da toalha

daqueles que usam no bolso.

Enfim, por ora sou moço e

                não quero cadeira nenhuma

eu-escrever

eu,

escrever é se encontrar,

se entender,

estar em si próprio,

é fazer escapismo

usando simples

letras

escrever é respeitar

os sentimentos mais

profundos e,

mesmo que redundantes,

deixá-los constantes

na raiz do espírito

Por quê?

é viciante e

também é perigoso,

se torna uma

busca incessante

atrás de algo

que estende-se para além da

razão carnal

Três Marias

Maria mãe de jesus,

Maria de Magdala,

Maria, irmã de Lázaro,

três fulgores que cintilam no céu,

próximas como

três mulheres na

busca de

seu messias

região farta do

braço de Orión,

gigante caçador,

             braço da Via-lactea

       morto por engano

sob a flecha de Artémis,

                Que lhe amava


Hyan Vargas, tenho 17 anos e nasci no interior do Rio Grande Do Sul. Sou filho de professora e desde cedo me interessei pela maneira escrita de se expressar. Com o tempo, descobri a poesia e me encontrei no estilo; tendo escrito inúmeros versos de lá pra cá. Sou budista, comunista e defensor de pautas ecológicas.