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“A epígrafe é um abraço dado no livro” tudo o que você precisa saber na hora de colocar uma epígrafe, com Marcelino Freire

Borboleta Azul: Qual a importância de uma epígrafe?

Marcelino: A epígrafe é um abraço dado no livro. É o que abre a porta para as páginas. O enunciado do fim do mundo, digamos. Quando não encontrar a epígrafe certa, invente. Outra: use epígrafe com economia, se não ela vira “carteirada”.

B: Existem epígrafes certas ou erradas?
M:
O que existe é epígrafe inconveniente. Ela se mete demais no conto. Digamos: o escritor usa epígrafe em excesso. Pode, assim, demonstrar que não tem segurança no que vem adiante. Porra, é preciso que Guimarães Rosa fale por ele? Ai no outro conto ele mete uma epígrafe toda em francês. Erudito esse autor, não? Ele quer dizer pra gente, em todas as línguas, que ele é um poliglota. Porra! Congratulations.

B: Como você seleciona suas epígrafes?
M: O livro é que seleciona. Eu gosto de usar uma ou duas no comecinho do livro. E uma epígrafe ao final. Eu adoro aqueles filmes de suspense em que, você pensa que o filme acabou, aí aparece uma mão se levantando debaixo da terra. A última epígrafe que eu uso, em um livro, é meio essa mão assassina. O último crédito direto do inferno.

B: É possível aprender a escolher epígrafes?
M:
É preciso cautela. Tem de lembrar que uma epígrafe é também um recurso literário. E é uma filiação. Usar uma epígrafe de Clarice Lispector pode significar, ao leitor, que você é uma autora clariceana, por exemplo. Você é? E sempre digo: se não encontrar a epígrafe, fale que o Machado de Assis disse aquilo. Ninguém vai pesquisar. Aliás, quando eu invento uma epígrafe, eu tenho certeza de que o autor ou autora que eu escolhi uma hora, na vida, ele ou ela disse aquilo que eu inventei. A melhor epígrafe é a psicografada.

B:Diga uma epígrafe pra essa entrevista?
M:
“Epígrafe é um epitáfio que sobreviveu.” (Marcelo da Silva Antunes)

B: Qual a epígrafe mais marcante que você já leu por aí?
M:
Uma de Osman Lins em “Os Autonautas da Cosmopista”, livro publicado por Julio Cortázar em parceria com sua esposa fotógrafa Carol Dunlop. Não citarei a epígrafe aqui… Porque o que me deixou feliz da vida foi ver um pernambucano no livro do Cortázar. Saiba: o autor de “Avalovara” influenciou o autor de “O Jogo da Amarelinha”. Não é pouca merda não…

B:Uma boa epígrafe pode salvar um livro ruim?
M:
Epígrafe não foi feita para salvar, mas para destruir um livro. E um livro só é destruído se ele for bom.

B:Uma epígrafe que você levaria para uma ilha deserta?
M: “Não fode”. Estava na boca de um ator, em um filme pornô que eu acabei de assistir.

Balada Literaria 2012 Foto: Mario Miranda Filho/Agencia Foto

MARCELINO FREIRE nasceu em 1967, em Sertânia, PE. É conhecido por suas obras, constantemente adaptadas para o teatro, e por sua atuação como professor de oficinas de criação literária, além de produtor cultural. Vive em São Paulo desde 1991. Escreveu, entre outros, “Contos Negreiros” (Editora Record, 2005), com o qual foi vencedor do Prêmio Jabuti, livro também publicado na Argentina e no México. Em 2013 lançou, pela Editora Record, o romance “Nossos Ossos” (Prêmio Machado de Assis), também publicado em Portugal e ainda na Argentina e na França. É o criador e curador da Balada Literária, evento que acontece desde 2006 em São Paulo. Em 2018, lançou o livro “Bagageiro”, reunindo o que ele chama de “ensaios de ficção” (Editora José Olympio). Mantém o blogue Ossos do Ofídio: marcelinofreire.wordpress.com

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