Toledo
Diluído numa taça de oiro a arder
Toledo é um rubi. E hoje é só nosso!
O sol a rir… Viv’alma… Não esboço
Um gesto que me não sinta esvaecer…
As tuas mãos tateiam-me a tremer…
Meu corpo de âmbar, harmonioso e moço
É como um jasmineiro em alvoroço
Ébrio de sol, de aroma, de prazer!
Cerro um pouco o olhar onde subsiste
Um romântico apelo vago e mudo
– Um grande amor é sempre grave e triste.
Flameja ao longe o esmalte azul do Tejo…
Uma torre ergue ao céu um grito agudo…
Tua boca desfolha-me num beijo…
Florbela Espanca é portuguesa de Vila Viçosa. Nascida em 1894, teve ao longo de seus 36 anos uma rica produção não apenas no campo da poesia, mas também na prosa, além de epístolas. Também traduziu muitas obras a partir do francês.
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