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Ela e Eu
15 de fevereiro de 2022
Circo – Leonardo Paiva
1 de março de 2022
Publicado por borboletaazul on 22 de fevereiro de 2022
Categorias
  • Literatura
Tags

Mais um pixel, por favor – Mari Mendes

Poeminha

Este poema pretende não se alongar
No mais, pede desculpas pela
intromissão,
Pelo desperdício de tempo em texto
reflexivo
meramente performático filosófico

Pretende retratar-se das próximas
vezes

que cogitar colocar-se entre o fogo
cruzado
da tua preciosa informação
que não precisa de pausa coisa nenhuma
que isso é para os tolos

Portanto esse poema se cala
diante de todos os discursos
proferidos
Um abraço de letras desculposas desse
poeminha.

Mostro monstro

Depois de secar meu rosto
Sigo o ritual de pintura
Mas o sentimento teima em brotar
Molhado

Minha máscara é muito frágil
Não esconde meu monstro de ninguém

Sou um amontoado de papéis amassados
que contém boas intenções escritas

Qualquer vento me bagunça
e expõe
o que eu tento esconder até de mim:
sou ordinária, falha, monstro.

Millenials

Ela carregava nas costas
um saco de formato duvidoso
e peso incalculável.

Diante do balcão,
deu um jeito de chamar a atenção dele.

O dono da internet,
fluente em espetáculo,
euforia
e metralhadora
de pocket-pensamentos,
obteve a seguinte resposta
quando perguntou o que ela queria:

“Eu juntei aqui todos os likes,
que me prometeram felicidade picada,
em forma de endorfina rápida.

Em troca dessa imensa coleção,
de que cuidadosamente não usufruí,
quero uma felicidade mais plena e
sossegada”

Ele não pôde atendê-la,
pois não sabia do que se tratava
esse tipo de felicidade.

Oficina de contato

Poesia não!
Que poesia
É arbitrária

É homem branco canonizado
Intocável na santidade
E no passado.

Cercamento.

Prefiro contato
que o contato
Ao contrário
É o que liga, marginalizado
Para além da academicidade

Está dado:
Relacionamento
Link
Eu e você

O nosso contato contém a poesia.

Like é vida!
Like a boss
Clica clica clica


Compartilha, reparte
Em finas fatias
Clique clique clique


Like é vida?
Quanta vida no like?


Chuva de like
hashtag, meme, trend, hype
É tudo momento
Ritmo frenético


Só o feed é infinito


Qual é o peso
o cheiro
o gosto
do like
que alimenta
o algoritmo?


Engajamento? É like
Clica clica clica!


Like is money, baby
Like é vida!

Viraliza, vicia

Turn down for what?
All you need is likes!

Ansiolítico ou poema para parar o tempo

O exercício que proponho é simples:
Tenha um relógio parado na parede.


Parado porque fixo na ponta do prego
E imóvel porque o ponteiro aponta
Para o mesmo ponto
Continuamente.


Esse altar à pausa
Vai contra a corrente do feed
Protesta silencioso contra a
notificação
que belisca o pensamento
Contra a tela que insiste em capturar
o tempo.


O relógio parado pede aos olhos
Um oásis de agora.


O relógio parado na parede, indolente
Não marca mais as horas
Marca a presença no presente.


Aconselho, por isso,
Tenha um relógio parado na parede:
Um lembrete!


Veja bem, estar adiantado não adianta
Tampouco estar atrasado compensa
Ajuste para o tempo do teu toque no
peito
O vívido vivido
Suspenda todo o resto


E respira.
Alívio.

Série originalmente chamada de
Poeminhas, escrita e apresentada por
Mari Mendes no SESC Sorocaba em maio
de 2018, a convite do poeta Evandro
Aranha no evento A Poesia Morreu,.

Mari Mendes é redatora, mãe e escritora. Seu primeiro livro, de contos, Potências do Encontro (2019, Patuá), foi contemplado pelo Prêmio Sorocaba de Literatura em 2021. É colaboradora da Revista Digital Livro & Café. Publicou textos em zines, coletâneas e revistas literárias. Em 2022 lançará seu primeiro romance.

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borboletaazul
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